O drama regulatório das empresas segue o seu curso
Apesar de algumas alterações já implementadas pela ANVISA nos últimos tempos e do pagamento diferenciado das taxas de vigilância sanitária entre os diversos portes de empresas, o fato é que o drama regulatório das empresas segue para a introdução de novos produtos no mercado.
As Certificações de Boas Práticas de Fabricação, a Certificações de Conformidade, entre outras ações, segue impondo um custo e um alongamento de tempo que nem sempre (para não dizer quase nunca) as empresas podem dispor, especialmente as de médio e pequeno portes.
Os programas de financiamento públicos para o desenvolvimento da indústria biomédica, incluídos os fabricantes e importadores, são escassos e de dificílimo acesso. Dessa forma, as empresas têm que seguir de forma autônoma, financiando seus próprios projetos.
Obviamente, se em mercados mais estáveis que o brasileiro isso já é desafiador por si só, numa situação econômica como a que o Brasil atravessa há anos, isso é uma missão quase impossível. Dessa maneira, criam-se duas categorias de empresas: as que podem se servir de recursos de suas matrizes ou alcançar fontes externas de financiamento e aquelas que tem que se virar para sobreviver, manter os empregos e se autofinanciar. Em uma palavra, sobreviventes. Não conseguem se desenvolver, evoluir e lançar novas e competitivas tecnologias que beneficiariam os pacientes e a sociedade em geral.
Triste realidade das empresas brasileiras, sejam elas fabricantes ou importadores, ainda mais num mercado onde a grande maioria são reconhecidamente pequenas e médias empresas.
Passou da hora do governo olhar para o setor da Saúde com a seriedade que a situação pede e que a sociedade necessita. Sem acesso facilitado a planos de financiamento bem estruturados e com regras claras, tarde ofereceremos a saúde pela qual o país clama.